quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

E mais um ano começa...


Queridos alunos da 8ª série C e demais convidados...


Mais um ano começou... vamos publicar muitas coisas legais, e principalmente, ler muitas coisas legais que nossos colegas sabem escrever...

Para começar, matei a curiosidade de vocês... meu soneto favorito...

Agora é com vocês, comentem esta publicação acrescentando o soneto predileto de vocês. Vale 0.2 a mais na nossa primeira prova!!!!

Aguardo até a quarta-feira de cinzas...

Bjuss

9 comentários:

  1. "O Mágico Veneno"
    "Um mover de olhos, brando e piedoso,
    Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
    Quase forçado; um doce e humilde gesto,
    De qualquer alegria duvidoso;

    Um despejo quieto e vergonhoso;
    Um repouso gravíssimo e modesto;
    Uma pura bondade, manifesto
    Indício da alma, limpo e gracioso;

    Um encolhido ousar; uma brandura;
    Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
    Um longo e obediente sofrimento;

    Esta foi a celeste formosura
    Da minha Circe, e o mágico veneno
    Que pôde transformar meu pensamento."
    Soneto de Luiz Vaz de Camões.

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  2. "A menina de açores."
    "Chega a menina na fonte,
    na fonte chega a menina.
    Passou feliz pelo monte,
    subiu faceira a colina.

    Leva o cântaro de louça,
    vai buscar água, não cansa.
    Casta beleza de moça,
    pura expressão de criança.

    Toma de volta o caminho
    em meio a plantas e flores.
    Queria dela um carinho.

    Mas deve ter seus amores,
    por isso regressa ao ninho,
    numa das ilhas de Açores."
    Soneto de Roberto Rodrigues de Menezes.

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  3. “Maldade”
    Tu podes ser igual a todo o mundo
    teres defeitos mais que toda a gente,
    – que importa ? se este amor cego e profundo
    teima em dizer que te acha diferente!

    Para mim (eu que te amo como um louco)
    os que falam de ti são línguas más,
    – ah! todo o amor que te dedico é pouco
    e é sempre pouco o amor que tu me dás!

    Sou a sombra que segue os teus desejos
    e aos teus pés, numa oferta extraordinária
    a minha alma vendeu-se por teus beijos…

    Falam de ti… Escuto-os… Fico mudo…
    Quanta maldade cruel, desnecessária
    se eu já sei quem tu és… se eu sei de tudo!
    J. G. de Araujo Jorge

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  4. A Vida
    É vão o amor, o ódio, ou o desdém;
    Inútil o desejo e o sentimento...
    Lançar um grande amor aos pés d'alguém
    O mesmo é que lançar flores ao vento!

    Todos somos no mundo "Pedro Sem",
    Uma alegria é feita dum tormento,
    Um riso é sempre o eco dum lamento,
    Sabe-se lá um beijo donde vem!

    A mais nobre ilusão morre... desfaz-se...
    Uma saudade morta em nós renasce
    Que no mesmo momento é já perdida...

    Amar-te a vida inteira eu não podia...
    A gente esquece sempre o bem dum dia.
    Que queres, ó meu Amor, se é isto a Vida!...

    Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade"

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  5. Amizade;
    Uma amizade é a alma que se apega,
    que apenas por amor se comunica;
    não fere, não machuca e nem critica
    pois a amizade verdadeira é cega.

    Uma amizade é planta que se rega,
    a que se empresta o tempo e se dedica
    a calma, o sono, e quanto mais se aplica
    a gente, nesta lida, mais se entrega.

    Pergunto, então, a que me servirá
    uma amizade? E assim respondo: bem,
    que dela, nada que exigir-se há:

    pois a amizade é um mimo que se tem,
    e como um filho a quem o amor se dá
    é um mesmo sem querer, querer alguém!

    Soneto de Gilberto de Almeida.

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  6. Soneto do amigo

    Enfim, depois de tanto erro passado
    Tantas retaliações, tanto perigo
    Eis que ressurge noutro o velho amigo
    Nunca perdido, sempre reencontrado.

    É bom sentá-lo novamente ao lado
    Com olhos que contêm o olhar antigo
    Sempre comigo um pouco atribulado
    E como sempre singular comigo.

    Um bicho igual a mim, simples e humano
    Sabendo se mover e comover
    E a disfarçar com o meu próprio engano.

    O amigo: um ser que a vida não explica
    Que só se vai ao ver outro nascer
    E o espelho de minha alma multiplica...
    Vinicius de Moraes

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  7. VERBO SER

    Que vai ser quando crescer?
    Vivem perguntando em redor. Que é ser?
    É ter um corpo, um jeito, um nome?
    Tenho os três. E sou?
    Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
    Ou a gente só principia a ser quando cresce?
    É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
    Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
    Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
    Que vou ser quando crescer?
    Sou obrigado a? Posso escolher?
    Não dá para entender. Não vou ser.
    Vou crescer assim mesmo.
    Sem ser Esquecer.
    Carlos Drummond de Andrade

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  8. PS: Esse tal de felicidade :) sou eu SOPHIA. kkkkk É um blog que eu criei a muito tempo mais só usei hoje.

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  9. Oiii prof, eu nao consigoui de jeito nenhum comentar meu soneto no seu blog, tentei varias vezes ontem mas deu erro, então tentei mandar para a central do aluno e novamente deu erro entao hoje entrei denovo e deu erro pela central e tento denovo aqui, não sei se você vai aceitar mas estou mandando. Beijos.

    Amor, que o gesto humano na alma escreve,

    Vivas faíscas me mostrou um dia,

    Donde um puro cristal se derretia

    Por entre vivas rosas a alva neve.

    A vista, que em si mesma não se atreve,

    Por se certificar do que ali via,

    Foi convertida em fonte, que fazia

    A dor ao sofrimento doce e leve.

    Jura Amor, que brandura de vontade

    Causa o primeiro efeito; o pensamento

    Endoidece, se cuida que é verdade.

    Olhai como Amor gera, em um momento,

    De lágrimas de honesta piedade

    Lágrimas de imortal contentamento.



    -Luis Vas de Camões

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